sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Vil metal

Aqui nos Esteites o povo gosta muito de usar moedas e eu acho isso o máximo! Até mesmo os centavinhos são importantes. Fico indignada quando não me dão o troco certo no Brasil: o cara tem que te dar 0,07, mas dá só 0,05. Se não quer usar moeda de um centavo, então não coloca preço quebrado, oras. Mas bom... Aqui isso não acontece. As moedas de um centavo (penny é o nome delas) circulam um monte. É bem diver!

O que não é diver é que, bem, eu tenho, por assim dizer, uma certa dificuldade para identificar as moedas daqui. Tá, certa dificuldade é apelido. Na verdade eu demoro horas pra descobrir qual moeda é qual.

O que ocorre é que no Brasil, por exemplo, o valor da moeda está estampado bem grande e em algarismos arábicos. Aqui, o valor das moedas é escrito por extenso, em uma letra minúscula que os meus olhos míopes não enxergam direito. Além de tudo, é muito fácil confundir a de 0,05 (nickel) com a de 0,10 (dime).

Em uma das primeiras vezes em que precisei pagar algo com moedas, não fazia a menor ideia do que era um dime (é assim que está escrito na moeda, como vocês podem ver aqui ao lado), e fiquei séculos procurando os tais 0,10. Estava na farmácia e fiquei tão nervosa com a mulher me olhando com cara de "entãããoooo..." que, enquanto ela colocava a minha compra na sacola, larguei um "I doesn't need this" (algo como "eu não precisar disso") pra dizer que não precisava do saquinho. Que horror.

Fiquei meio traumatizada e, saindo de lá, resolvi tomar um café pra relaxar. Chegando na Starbucks decidi usar meus neurônios e ser um pouco mais esperta. Vi o preço do meu café no painel ($3,20) e, com muita perícia, deixei as moedas separadinhas na mão pra não atrasar a fila inteira. Chegando no caixa, o carinha me diz: $3,48. Sim, eu tinha esquecido do imposto. Foi meio que: "aaaaaahhhh!". Sorte que ele foi simpático e não ficou me atucanando. Até ajudou apontando: "tem um dime ali". Como eu tenho um baita sotaque, acho que todo mundo entende que não sou daqui, mas também pode ser que pensem "tadinha, é mongolona...". Não sei bem.

Mas estou melhorando: já consigo identificar facilmente a de 0,25 (quarter dollar) e aos poucos estou começando a me entender com o dime e com o nickel. Em alguns dias vou estar craque!

Princeton University

Fundada em 1746, Princeton é a quarta universidade mais antiga dos Estados Unidos. Pelos seus jardins circulam em torno de 10 mil pessoas por dia, entre alunos, professores e funcionários. Se a universidade é pequena em número de pessoas (a UFRGS, por exemplo, é quatro vezes maior), o campus impressiona (e muito!) tanto pelo tamanho quanto pela beleza. São aproximadamente 180 prédios, construídos entre 1756 e 2010, espalhados por 2 milhões de metros quadrados. É uma pernada :)




Logo que cheguei aqui, fiquei meio embasbacada. Tudo bem, eu nunca tinha visitado uma universidade fora do Brasil. Mas parece que mesmo quem está acostumado a fazer tours pelas universidades do mundo fica impressionado. No primeiro dia, quando ainda estava brigando com as palavras pra conseguir me expressar em inglês (não que agora esteja muuuito melhor, mas enfim...), lembro de ter dito para a dona da casa onde estou morando: "não sei se mesmo em português eu conseguiria encontrar uma palavra que expressasse com exatidão o meu sentimento". E é bom por aí.





Princeton é estonteante.

Agora já me acostumei um pouco, mas no primeiro e no segundo dias eu andava com aquele jeito de turista perdida, olhando para todos os lados, com medo de perder o melhor ângulo. Era meio que: "é tudo tão bonito, pra onde eu olho agora?".





Bom, mas vamos aos detalhes práticos: Princeton é uma universidade privada e nada barata. Segundo informações não-oficiais, os alunos de graduação pagam algo como 40 mil dólares por ano para estudar aqui. Na pós-graduação, ninguém paga nada: depois de admitidos (aí o furo é mais embaixo), os alunos recebem bolsa pra estudar. Deve ser mais do que os nossos R$1200 por mês, mas não tenho certeza... rsrs

Além de toda essa bufunfa que os graduandos deixam nos cofres princetoneanos, a universidade também recebe vultuosas doações de seus ex-alunos. Muita gente famosa já estudou por aqui, incluindo em torno de 50 ganhadores do Prêmio Nobel.
Conclusão óbvia: estou mais perto de ganhar o Nobel da Paz! :)))

Ah, by the way... Lembram do filme Uma Mente Brilhante, que narra a história do matemático John Nash? Pois é, tudo aquilo foi aqui. Outro carinha mais ou menos que princetoneou durante uns bons 20 anos de sua vida foi o tal do Albert Einstein. E, mais recentemente, a universidade teve a honra de receber uma tal de Airi Sacco. Rááá!

Espero que tenham gostado do primeiro tour. Logo, logo conto um pouco mais! ;)

* Este mapa é muito legal: mostra o campus inteiro e, quando tu clicas em um dos prédios, aparece a fotinho dele do lado.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Próxima parada: Princeton

Eu amo as letras desde antes de ter qualquer noção sobre o seu significado.
Quando fui pra Angola tive a oportunidade de exercer um pouquinho o meu lado escritora e, apesar do receio inicial (de escrever um blog, não de ir pra lá), adorei a experiência. Depois do meu retorno, as novidades foram tantas que acabei deixando a contação de estórias um pouquinho (muito) de lado.
Pois bem... Dois anos se passaram e o Angolandanças está de volta, agora Princetoneando. Quando contei que iria voltar a contar minhas aventuras por aqui, várias pessoas perguntaram: "vai mudar o nome do blog?". Não, não vai. O que começou como piada acabou virando amor e eis que agora estou sempre Angolandando por aí.
Vem comigo! Como diz o Calvin, "let's go exploring!".