Não sei como está a repercussão no Brasil, mas há alguns dias um estremecimento das relações entre Angola e a República Democrática do Congo (antigo Zaire) tem deixado a população preocupada.
O conflito começou quando o Governo de Angola resolveu expulsar do país milhares de congoleses que, teoricamente, estariam explorando ilegalmente as minas de diamante angolanas. O Congo, que recebeu um número incontável de angolanos no período da guerra civil, não gostou da atitude e decidiu fazer uma retaliação e também expulsar os angolanos de seu território. Estava armada a perrenga.
Os números são desencontrados, mas, ao que tudo indica, mais de 20 mil angolanos já foram expulsos do Congo, quantidade semelhante a de congoleses que foram expulsos de Angola. Famílias estão sendo separadas e tem gente perdendo tudo o que construiu durante anos.
Por enquanto não se fala abertamente em guerra, mas é claro que a população, traumatizada depois de tantos anos de lutas, está aflita. Pessoalmente, acredito que essa é uma situação que pode ser facilmente resolvida caso o tio da foto queira de fato fazê-lo. Acabei de ler uma notícia da BBC dizendo que os dois Governos parecem ter chegado a um acordo para encerrar as expulsões. Tomara que seja mesmo verdade.
Quanto a mim, vocês não precisam se preocupar (viu, pai?! hehehehe). A notícia é apenas para que vocês saibam o que tem ocorrido no país. Luanda está bem distante do epicentro da crise. Na verdade, a capital praticamente não sofreu fisicamente com nenhuma das guerras. É por isso que a maioria da população angolana está concentrada aqui. E é por isso também que a cidade é tão caótica, mas isso dá assunto para um outro post inteiro... :)
Particularmente, eu não me preocupo, Coisa ruim não morre, vaso ruim não quebra!!! Entretanto, não se precisa muito para a galera daí começar uma encrenca. Não vi muita coisa em jornais, até porque, não tenho visto/lido jornais (huahuahuauhahua). Mas calma, só evita o interior e principalmente a fronteira com o Zaire.
ResponderExcluirAi... num tô sabendo disso, não... :(
ResponderExcluirNessa altura minha querida eu fiquei preocupado mesmo foi com a tal de "perrenga" esse bicho, que está certo por sinal, nunca tinha cruzado por mim, o mais perto, no meu cardápio, seria pendenga, mas fica pelo "cotejar" e estamos quites... A gente sempre se entende. Estas escaramuças acontecem, sacodem um pouco as cinzas,dão alento a algumas fagulhas,um pouco de foco, os atores cumprem seus papéis e tudo retorna,em doce calma,ao que era d'antes. Beijos. Pai
ResponderExcluirBiiiiba!!
ResponderExcluirGuria, eu já andava com os olhos esbugalhados quando lia os teus posts... agora com esse "impasse Congo-Angola", me apavorei geral!! Ouvi falar pouquíssima coisa, o pai fez alguns comentários sobre movimentações economicas e tals.
Vê se volta loooogo!
Beijocas
Airi, o seu post sobre o contencioso político entre o Congo e Angola confirma, por um lado, as lacunas frequentes, que existem na imprensa escrita e televisionada, ao que diz respeito ao continente africano, e, por outro, mostra a revolução, a meu ver muito positiva, que os blogs causaram nas comunicações. Por aqui, infelizmente, quando se fala alguma coisa sobre a região, é para reforçar os estereótipos de miséria, privação e precariedade social. Não me surpreendi quando o Lula, há alguns anos, em seu périplo diplomático pelo continente africano, muito louvável por sinal, deu uma declaração, impressionado com o que via, muito reveladora do imaginário que se tem da África no Brasil. Em visita oficial à Namíbia, o presidente deu esta declaração assombrosa: "Estou muito surpreso, porque quem chega a Windhoek não parece que está num país africano. Acho que poucas cidades do mundo são tão limpas e bonitas arquitetonicamente quanto esta cidade. E [poucas cidades têm] um povo tão extraordinário como [Windhoek] tem." Acho que o tradutor deve ter ficado em maus lençois. Parece que o único parâmetro para se pensar na África como um todo é o IDH do Sudão, da Somália, de Ruanda e de Serra Leoa. Sei lá, fico aflito em ver esses estereótipos. Ainda precisamos aprender muito sobre a África.
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